sábado, 29 de setembro de 2007

Tunng "good arrows" 2007

De volta à folktronica dos Tunng:)

Terceiro álbum da banda londrina lançado em Agosto passado, pouco mais de um ano após “comments of the inner chorus”. Vou fazer referência ao álbum apesar de ter uma opinião que possa parecer incoerente. “good arrows” apresenta músicas de um só nome simples em cada música, nome representado em cada letra. As músicas parecem experiências um pouco de quem quer introduzir novidade ou diferença, por vezes os glitches que se tentam enquadrar num tempo parecem pertencer a outro, vozes de criancinhas a gritar “ei!” em “arms” ou as guitarradas em “soup” ou o som dos sinos e ambulâncias misturado com as vozes de pessoas e de latas em “cans”, enfim sons não faltam! Acho que prima pela diferença, não é de todo um álbum homogéneo, só ainda não descobri se simpatizo com tanta miscelânea introduzida como que com a função de simbolizar melhor as letras e as músicas, ou se simplesmente o acho exagerado e alguns sons soariam melhor mudos… No entanto... músicas como “bricks” ou “bullets” fazem-me aproximar do álbum e dos Tunng;)


“Bullets” Tunng

E para relembrar a fantástica cover da música dos Bloc Party “the pioneers” deixo o link do myspace;)

http://www.myspace.com/thisistunng

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

People Press Play "self titled" (2007)

“self titled” é o álbum de estreia da banda dinamarquesa lançada pela Morr Music. Editora de vários outros trabalhos que tão bem aliciaram os nossos sentidos, álbuns marcantes de emoções fortes desempenhadas por bandas como Lali Puna ou Múm, entre outros. Como seria de esperar certas semelhanças típicas existem, fantástico é encontrar as que procuramos para acalentar os nossos ouvidos sedentos de magia auditiva… “self titled” sons electrónicos, mundo de batidas downtempo que acompanham a voz feminina da alemã Sara Savery. No myspace deste quarteto que inclui três membros dos Future 3, encontram quatro das músicas do projecto e não estanhem o alongado e repetitivo som de “before me” ao ouvir todo o seguimento do álbum tem enquadramento perfeito… Boa estreia dos People Press Play;)

www.myspace.com/peoplepressplay

quinta-feira, 12 de julho de 2007

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Stereo Total "Paris<>Berlin" (2007)






Já foram descritos da bonita forma como: 40% Chanson, 20% Rock 'n Roll, 10% Punkrock, 3%D.A.F. (banda alemã dos anos 80), 4% Jacques Dutronc (ícone da música francesa), 7% Brigitte Bardot & Serge Gainsbourg (dispensam qualquer apresentação), 1.5% Cosmonaute (não faço ideia), 10% Sintetizadores do tempo da vóvó, 10% 8-bit Amiga sampling, 10% Amplificadores switching (isto é, de transístores), 1% Instrumentos altamente dispendiosos e avançados. Ok, isto dá acima de 100%, mas os gajos merecem!

Duo franco-germano (Françoise Cactus & Brezel Göring) que se cruzaram em 1993 na bonita cidade de Berlin e desde então se têm entretido no delicioso género musical electro-casio-pop-multilingue! Ora me lembram musicalmente os Vive la Fête como os Ms. John Soda ou até mesmo Pizzicato Five , e visualmente transportam-me para a Battlestar Galactica, Beetlejuice ou os jogos Spectrum!
Este Paris-Berlin é o último trabalho dos gajos (o oitavo para ser mais preciso) e mantém-se fiel ao som que lhes é característico, isto é, modernidade e nostalgia 80's em simbiose perfeita!

bem que procurei, mas ainda não existe qualquer vídeo deste último álbum, de modo que deixo aqui um do anterior de 2005 "Do the Bambi!"

Ich Bin Nackt

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Laura Veirs "saltbreakers" (2007)


Sexto álbum da americana singer/songwriter. Um álbum folk, misto, músicas que se alternam aceleradas/calmas. Esperamos poder contar com ela novamente na Invicta!


Laura Veirs "cast a hook in me"


Deixo aqui o link (myspace) da artista onde podem encontrar uma das minhas músicas preferidas “don’t lose youself”. Ainda ninguém se lembrou de pôr um vídeo pinta no youtube desta música e também não encontrei nenhum link/mp3 pra colocar aqui no scribophone, mas não queria deixar passar o post sem este registo;)

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Destroyer/Archie Bronson Outfit

Ora bem, depois de alguns dias (largos dias...para lá de um mês) de ausência, aqui estou eu novamente armado em critico musical com a mania que percebo deste assunto!
Uma vez que o tempo de clausura foi mais longo que o habitual e durante esse mesmo período não deixei de ouvir música, hoje quero-vos falar de dois projectos musicais que durante o último mês preencheram as playlists cá de casa e do meu mp3 player (sim é verdade, já não tenho viatura para ouvir o sonoro, e para as deslocações também!).

DESTROYER::Your Blues
Merge Records, 2004
12 Tracks

Sabia que os “The New Pornographers” são uma super-banda composta por diversos elementos pertencentes à cena indie canadiana, sabia que os “Swan Lake” são um projecto criado por elementos dos “Frog Eyes” e “Wolf Parade”, mas não sabia que a cola que unia todos estes elementos tem o nome de Daniel Bejar e cujo alter ego é precisamente “Destroyer”!
Para grande admiração minha, descobri que “Destroyer” já conta com mais de 10 anos no activo e possui o respeitoso número de 9 álbuns editados. Destes 9 ouvi os últimos 3 e digo-vos, o homem é genial! David Bowie, Luke Haines, Conor Oberst ou até Scott Walker podem ser lembrados na música deste senhor.
Este Your Blues é aquele que na minha opinião explora com mestria a vertente mais orquestral e épica do homem. Musica brilhantemente construída, grandiosa e sonhadora!





ARCHIE BRONSON OUTFIT::Derdang Derdang
Domino, 2006
12 Tracks



Grande grande descoberta, pelo menos para mim que adoro o cruzamento feito entre o garage punk de uns Detroit Cobras ou Flaming Stars e o revivalismo psicadélico de uns Reverend Horton Heat! Gravado em Nashville (como a sonoridade tão bem nos mostra) este Derdang Derdang é o segundo trabalho destes 3 ingleses que preservam o culto da barba e óculos escuros a fazer lembrar a aparência dos Black Heart Procession! Tenho que ver esta malta ao vivo brevemente, se fossem a Portugal nos próximos tempos, era no Mercedes ou na ZDB que os queria ver!



Archie Bronson Outfit "Cherry Lips"

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Keren Ann "keren ann" (2007)

De volta à normalidade…

Quinto álbum de Keren Ann Zeidel, desta vez todo em inglês. A israelita/parisiense/nova iorquina que manuseia fluentemente guitarra, piano e clarinete, produtora e cantautora. Apresenta este registo que respira uma voz angélica e prolongada perdida num baú com fundo de piano de cauda, sensual, voluptuoso, com enumeras surpresas cravado no sótão secreto. Letras cantadas por vezes sussurros, melancolia alegre e devaneios. Até o quase silêncio vocal em “caspia” é bem aplaudido para despoletar o saudosismo de sons de outra época...

Keren Ann “Lay Your Head Down”

Girls Bands... ambas de um lugar começado por B…

Hoje apetece-me falar mal… Nada melhor que dois belos exemplos da actualidade!

Au Revoir Simone “the bird of music” (2007)


O segundo álbum de mais um trio. Desta vez todas meninas e de Brooklyn, normalmente acompanhadas por três teclados em palco. Praticamente estreantes, com um álbum auto-editado em 2005. Projecto num formato pop electrónica, simples e descontraído em seguidos episódios conduzidos por sintetizadores. Dizem elas que quanto pior for o teclado mais elas gostam de tocar, porque será?...

Au Revoir Simone “fallen snow”


Electrelane “no shouts no calls” (2007)


O quarteto feminino de Brighton lançou recentemente o seu quarto álbum. Projecto fabricado por bateria e guitarras exaustivas, com vozes alternadamente ora instrumentais, ora embaladoras de palavras. Insípido e sem qualquer tipo de inovação mas isso não seria mau, por vezes um revivalismo é muito bem-vindo, não é o caso. Posto isto, nada melhor do que ler a já confirmada notícia da sua presença no festival Paredes de Coura…

Electrelane “to the east”

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Blonde Redhead "23" (2007)


Os Blonde Redhead lançaram recentemente mais um novo projecto que certamente vamos ouvir muitas vezes… O trio acarreta o peso do titulo de uma música da banda DNA de Arto Lindsay. Até hoje com os seus sete álbuns editados faz jus ao som e carreira que figuram. A japonesa Kazu Makino e os dois gémeos italianos brincam com sons desta vez num universo mais electrónico. Confesso que entre outros, estou completamente rendida aos temas “the dress” e “silently”, deixo aqui o álbum para ouvir na integra…



… e vídeos, o segundo realizado por Mike Mills (uma pose por segundo) e por último uma entrevista sobre a criação deste álbum;)


quarta-feira, 13 de junho de 2007

viró disco e tocó mesmo… e que bem que ele toca!


Dakota Suite “waiting for the dawn to crawl through and take away your life” (2007)

Incrível como Chris Hooson parte sempre da mesma matéria-prima e a forma como pouco a transforma… É ofegante o formato expresso em sons melancólicos de já conhecidas formas… No mesmo meio reverte sensações… ofegante sim mas repetitivo nunca…mágico!







Hanne Hukkelberg “rykestrasse 68” (2007)

Outrora por outras paragens já referi o nome desta norueguesa, um pouco como em “little things” este álbum é uma mistura de tlimtlims, como teclas de uma máquina de escrever antiga e voz por vezes :) por vezes :( … espírito infantil ou fantasmagórico… excelente!

Nota: Hanne Hukkelberg vai estar presente pela primeira vez em Portugal no Lux (Lisboa) para apresentação do novo álbum nos próximos dias 14 e 15 de Junho.





The Cinematic Orchestra “ma fleur” (2007)

Altos e baixos arrepiantes, com a participação de Fontella Bass (cantora americana de soul) e Lou Rhodes (Lamb). A moderada pitada jazzística marca a pouca diferença mas sempre num timbre nostálgico… O noviço Patrick Watson está também presente neste cintilante click instrumental… “simplicidade” soberba!




quinta-feira, 7 de junho de 2007

nervous cabaret "nervous cabaret" (2006)

Tenho chegado a casa e a primeira música que toca, para aliviar o stress de um dia de trabalho, sai deste albúm cheio de pujança. Não consigo estar quieto e a minha imaginação leva-me para um bar acetinado a vermelho onde se bebem gins tónicos em vez de whiskey, cadeiras confortáveis, boas vistas, chão de madeira, meias de rede.... "mini-saias a matar, não tem fim o reboliço, tudo a rock´n rollar".... ouçam!

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Patti Smith "Twelve" (2007)


Patti Smith, conhecida por trazer um lado feminino ao punk em 75’, o que não foi de difícil simbiose dada a sua inata masculinidade… Talvez seja das minhas vozes femininas preferidas, rendi-me completamente há já alguns anos ao tema “people have the power” do seu álbum de 88’ Dream of Life. A música transmitia uma energia singular, a sua voz pujante e lírica saía do meu espaço e ecoava no mundo.

Patti Smith “people have the power”



O seu novo projecto Twelve é um álbum de covers, sempre as defendi e depois de ver trabalhos como este só me dá vontade de gritar ao mundo da música e dizer… façam covers!! façam covers!!! :))))

Patti Smith “everybody wants to rule the world” (Tears For Fears)



Track listing

“Are You Experienced?” (Jimi Hendrix)
“Everybody Wants to Rule the World” (Tears For Fears)
“Helpless” (Neil Young)
“Gimme Shelter” (Rolling Stones)
“Within You Without You” (The Beatles)
“White Rabbit” (Jefferson Airplane)
“Changing of the Guards” (Bob Dylan)
“The Boy in the Bubble” (Paul Simon)
“Soul Kitchen” (The Doors)
“Smells Like Teen Spirit” (Nirvana)
“Midnight Rider” (The Allman Brothers Band)
“Pastime Paradise” (Stevie Wonder)
“Everybody Hurts” (R.E.M.) (exclusive Target stores-only bonus track)

Reparem, tudo covers de vozes masculinas mas de outra forma ela não saberia cantar…mesmo com os seus já 61 anos, alma e pujança na sua voz;)

segunda-feira, 21 de maio de 2007

the twilight sad "fourteen autumns & fifteen winters"

Banda formada em 2003 nos arredores de glasgow. Fazem parte do catálogo da Fat Cat e foi isso que me despertou a curiosidade. Como seria de esperar, as minhas espectativas não foram defraudadas, o que mostra que esta editora é por si só um garante de qualidade. O som é bastante marcante, catártico, baseado na guitarra e no acordeão para criar atmosferas voláteis e melancólicas, preenchidas com o forte sotaque escocês de james graham.




quarta-feira, 16 de maio de 2007

Pop Levi "The Return To Form Black Magick Party" 2007


Até há bem pouco tempo não sabia nada sobe este gajo curtido que é o Pop Levi!
Numa das minhas passagens por um dos diversos sites de reviews que existem por aí, chamou-me o facto da sinopse em relação ao seu último álbum ser a seguinte: "Sexy, stomping, glamorous electro-rock and roll". Ora bem, para mim isto são ingredientes bastante fortes para não poder deixar passar em claro, e de modo que comecei a dedicar-me à posterior audição!

Para ser sincero, na globalidade não achei o trabalho nenhuma obra-prima, começa de forma fulgurante com o excelente tema de abertura "Sugar Assault Me" (ver o clip abaixo), prossegue com mais dois ou três temas bastante bons onde "Pick Me Up Uppercut" é um deles, mas a partir da segunda metade entra numa toada manhosa de pop convencional e algo xaroposa sem acrescentar nada de novo à humanidade!

De qualquer modo este "Sugar Assault Me" vale por todo o álbum! Se houver por aí algum DJ que passe esta música nalgum bar diga-me por favor para eu ir lá dar um pezinho de dança! É que começo a ficar agastado de só dançá-lo em casa!
Shake it Baby!

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Jay-Jay Johanson "The Long Term Physical Effects Are Not Yet Known" (2007)

Jay-Jay Johanson, suéco, melancólico e compositor de música electrónica com uma pitada de piano sempre que possível. Principal responsável por me apresentar o estilo trip-hop em meados de 97 com o seu álbum de estreia Whiskey… bem não preciso dizer mais nada… eu = portuguesa = melancólica e por sinal melómana… fiquei Jay-Jay waiting new album dependente! O seu estilo pinante/tímido/freak à Jarvis Cocker conquistou-me no primeiro instante com o tema “So tell the girls that I am back in town”.


Whiskey, Tattoo e Poison, os três primeiros álbuns que me encheram de emoções vertiginosas! Quando pensava que já tinha descortinado todo o álbum eis que descobria mais uma pérola algures como em “Jay-Jay Johanson” Tattoo (avez vous des enfants? not that I know…)



Ao mesmo tempo em Poison senti que nada mais me ia surpreender, foi então que suprimi todo o meu pensamento ao ouvir Antenna, um formato electroclash, desta vez relembrando o camaleão David Bowie, em que a sua postura (ele/ela) surpreende e muito! Bem como o timing e sensibilidade para com os seus preciosos ouvintes, também em Rush com os seus novos loops e samples.


Agora, o novo álbum The Long Term Physical Effects Are Not Yet Known traz-nos recordações dos primeiros três álbuns, aquela sensação de que fomos de férias e do bem que sabe voltar a casa:)



Brilhante compositor com o qual o português Karl dos Santos teve a sorte de trabalhar no videoclip para a música "She doesn't live here anymore" do último álbum. A Escola de Arte de Estocolmo cruzou o destino deste português com Jay-Jay Johanson e os palcos farão o mesmo no final do mês de Junho a milhares de portugueses. No dia 20, actua no Auditório de Espinho, dia 21 no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, Lisboa e dia 22 no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada. Bom concerto;)



quarta-feira, 18 de abril de 2007

120 days "120 days" (2006)


Tenho em mim que me deparei perante uma grande "descoberta", o mesmo que senti quando ouvi interpol pela primeira vez. Os 120 days são um quarteto noruegues com musica enraizada nos anos 80, como apanagio de muitas bandas desta primeira década do sec XXI com mais ou menos sucesso. O electro, post punk, rock e até um cheirinho de gothic rock definem a sonoridade.








quinta-feira, 12 de abril de 2007

Are You Ready For A Duel? (Act III)

Estava eu a dar uma pequena organização à ala poente da minha mp3teca quando se esboçou na minha mente mais este duelo:



VS




Jesus Christ Superstar by Andrew Lloyd Webber
Origem: 1970 (álbum), 1971 (musical na Broadway e West End), 1973 (filme)
Género: Ópera-Rock, Gospell
Sinopse: lembro-me de quando era puto que o meu pai tinha uma daquelas cassetes de 8 pistas (aqui para quem nunca viu) do álbum. Assim que apareceu fui a correr e a saltar comprar a edição em CD.
wikipedia para o álbum

Primal Scream
Origem: Glasgow, Scotland in 1984
Género: algures entre o indie-pop, hard-rock e o dance-rock.
Sinpopse: mais do que a obra (que já vai sendo vasta) foi esta a música que me bateu, com o passar dos anos e ao fim de inúmeras audições não me canso de a ouvir sempre mais uma vez!
wikipedia pró artista

domingo, 8 de abril de 2007

The Love Substitutes - More Songs About Hangovers and Sailors (2006)






Desde 1994, ano do álbum de estreia dos extraordinários dEUS, que tenho acompanhado com alguma atenção a “sui generis” carreira do senhor Rudy Trouvé. Como fã incondicional da banda belga não foi só a carreira de Rudy Trouvé que mereceu a minha atenção, mas também a de Tom Barman, Stef Kamil Carlens e de muitos outros belgas que de uma forma ou de outra fizeram parte da então chamada “Antwerpian Music Scene”!
Mas o percurso de Rudy é de facto único, em 1991 com 24 anos foi morar para um antigo bordel com 2 amigos para terem liberdade artística. Durante este período fizeram-se desenhos, pinturas, vídeos experimentais e muita música, foi daqui que saíram os Kiss My Jazz e esboços de muitos outros projectos musicais em que Rudy andaria metido. A este local de efervescência artística foi chamado Heavenhotel!

Prolífero como é, Rudy Trouvé nunca mais parou até hoje, os projectos musicais em que participou são às dezenas, além dos dEUS e Kiss My Jazz conta-se Dead Man Ray, Gore Slut, Lionell Horrowitz And His Combo, Cynthia Appleby And Friends, The Rudy Trouvé Sextet entre muitos muitos outros. Além disto tudo ainda arranja tempo para pintar, penso até que a pintura é a sua expressão artística de eleição e pode ser apreciada nas front covers dos álbuns da maioria destes projectos.

O post de hoje existe para dar a conhecer a última aventura de Rudy, The Love Substitutes é um projecto de música improvisada tão ao seu estilo e que tem o acompanhamento de um outro senhor que não é novo nestas lides, nada mais nada menos que outro antigo guitarrista dos dEUS, Craig Ward. Som experimetal e avant-garde sem nunca perder o sentido melódico que tanto aprecio na sonoridade da cena musical de Antuérpia.
Presto-te vassalagem, oh grande Rudy!


http://www.heavenhotel.be
http://www.deadbeattown.com
http://www.thelovesubstitutes.com

domingo, 1 de abril de 2007

low "drums and guns" (2007)



Pois é, os Low têm um novo albúm e algumas novidades na sonoridade a que nos habituaram. Depois de The Great Destroyer nos revelar uns Low mais pesados, abusando mais da guitarra, este Drums and Guns revela-se mais apoiado nas batidas por vezes com o uso de samplers. Confesso que a banda me tem vindo a surpreender pela positiva, desde que os conheci com o fabuloso I could live in hope (1994) passando por Things we lost in the fire (2001), um dos albuns que mais me marcou até hoje ombreando com Grace de Jeff Buckley e Disintegration dos The Cure, acabando em The Great Destroyer (2005) e agora neste Drums and Guns. Por tudo isto estou desejoso de os rever no paradiso a 7 de maio. Carla se quiseres vir fazer-me uma visita essa é uma excelente altura, assim podes desforrar-te de Vigo :). O convite está feito! De referir ainda que o baixista zak sally abandonou a banda em outubro de 2005 e foi substituido por matt livingstone.


Low - Breaker



Tenho mais uma boa nova... há cerca de uma semana foi-me dada a conhecer uma empresa de nome fabchannel que grava concertos em duas salas de amsterdão, o paradiso e o melkweg. Alguns destes concertos podem ser vistos on line e em directo, sendo que os restantes estão disponiveis, por inteiro, num arquivo com uma lista bastante extensa de bandas. Para aproveitar a embalagem deixo aqui o concerto completo dos Low em 2005 no paradiso. Deliciem-se!


quinta-feira, 22 de março de 2007

Andrew Bird "Armchair Apocrypha" (2007)

Hoje trago ao scribophone o novo albúm de Andrew Bird por dois motivos:

1º Li no blitz que estão a oferecer 10 exemplares deste albúm, clicar aqui e boa sorte;)

2º Ao que parece o Sr. gostou de estar cá há 2 anos e por isso mesmo tem já três datas agendadas para actuar em Portugal (Teatro Gil Vicente, Coimbra, 30 de Maio, Cinema São Jorge, Lisboa, 31 de Maio, Theatro Circo, Braga, 1 de Junho).

Mais do que ouvir os albúns e porque Andrew Bird garante excelentes espectáculos ao vivo repletos de pormenores músicais e sempre desiguais, recomendo! Vale bem apena ir ver:)

Andrew Bird & Martin Dosh "Simple X"

segunda-feira, 19 de março de 2007

berg sans nipple "form of..." (2003)


Sei muito pouco acerca destes senhores. Posso dizer-vos que se trata de um duo franco-americano composto por Lori Sean Berg e Shane Aspegren. O album "form of..." chegou-me aos ouvidos por intermédio do meu "housemate" Benoit, que também me tem mostrado outras sonoridades interessantes e mais ligadas ao jazz, tais como Bumcello, Julien Lourau e Mukta. Os bsn têm um som muito característico, uma mescla de jazz, sons electronicos minimalistas e rock. Ambos os membros tocam bateria e sabem conjugar na perfeição a delicadeza dos sons produzidos pelas máquinas com a dureza da bateria. Os seguintes videos foram filmados na Dinamarca em 2004, num concerto em AArhus.




sexta-feira, 16 de março de 2007

Anna Clementi - Love Is A Reason (2005)



Depois de uma ausência mais ou menos prolongada por motivos de saúde e afins, regresso cheio de vontade para partilhar convosco a melhor descoberta que fiz nos últimos tempos (vá lá, nos últimos 2 meses!).
Estou eu falar exactamente de uma senhora italiana de Roma que dá pelo nome de Anna Clementi e que para os fãs do projecto Tosca é a voz feminina que aparece nos trabalhos “Suzuki” e “Delhi 9” do duo austríaco. Ligada a outras formas de arte como o teatro ou cinema, a sua única aventura musical a solo até ao momento deu-se em 2005 com este fantástico “Love Is A Reason” com o acompanhamento dos não menos fantásticos Pigneto Quartet!
Neste seu primeiro trabalho, Anna Clementi deixa-se embrenhar pelo jazz, electrónica, contemporânea ou pela “chanson” de Françoise Hardy e cria assim um trabalho ecléctico com excelentes versões de alguns clássicos (“An Occasional Man” da dupla Blare/Martin ou “Tornerai” de Olivieri/Rostelli) e originais da própria Clementi e Pigneto Quartet.
O nobre sentido da partilha musical com i ntuito divulgacional e não comercial é demonstrado pela disponibilização integral do álbum no seu site oficial. É só clicar na capa para a magia tomar início.


Se clicaram na capa e foram redireccionados para o site, devem ter reparado no lado direito um link para o vídeo promocional do seu espectáculo ao vivo. Esse vídeo de cerca de 5 minutos é daquelas preciosidades raras e inigualáveis que tive oportunidade de ver em toda a minha vida e por isso disponibilizo aqui o link directo para o seu visionamento. Se carregarem aqui, por favor vejam-no até ao fim e deliciem-se com a postura trágico-teatral de Anna e as surpreendentes variações musicais proporcionadas pelos Pigneto Quartet!

segunda-feira, 12 de março de 2007

At Swim Two Birds "Returning to The Scene of the Crime…" (2007)

O fantástico Roger Quigley vocalista dos The Montgolfier Brothers tem um novo lançamento do seu projecto a solo At Swim Two Birds, nome correspondente a um livro do escritor irlandês Flann O’Brien.

"returning to the scene of the crime…" traduz-se num meio poético de pormenores do quotidiano apoiado numa guitarra acústica. Roger Quigley envolve-nos novamente num espaço de insularidade íntima que se vai despindo de cataclismos sentimentais. Apesar deste álbum ser praticamente uma reedição do “1969 till god knows when” é mais um momento de supremacia especial em líricas e voz aconchegante que este fã dos The Fall nos oferece.

“laziness and the lack of the right medication” At Swim Two Birds

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

ao vivo

Porque a musica é para ser partilhada e, acima de tudo, sentida ao vivo. Pode parecer redutor este meio de a tentar transpor para ao pé de vós, mas é o mais fiel que encontrei. Tenho visto bons concertos e essas sessões espirituais de 1 ou 1.30h têm-me lavado a alma. É bom sair para a rua com um sorriso...

O que la vai...

15 fevereiro - L´ham de Foc - Encara (de doelen - roterdão)


25 fevereiro - Junior Boys - In The Morning (paradiso - amsterdão)


O que ai vem...

1 março - The Album Leaf - Micro Melodies (rotown - roterdão)

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Little Miss Sunshine (DeVotchKa) - 2006


A noite de hoje é de Óscares!
Não venho aqui discutir os critérios e mediatismo desta celebração tipicamente americana que sugere uma proporção entre a grandiosidade do evento à escala mundial e a importância do prémio propriamente dito! Venho antes falar um pouco daquele que para mim é sem dúvida o melhor filme em competição na categoria “Best Picture”: Little Miss Sunshine.

Little Miss Sunshine é uma comédia dramática que relata a viagem pela América numa carrinha VW “pão-de-forma” de uma família disfuncional a caminho do concurso de beleza infantil “Little Miss Sunshine”. Com o Pai orador motivacional sem grande sucesso, a Mãe stressada, o Avõ toxicodependente, o Tio gay-génio-suicida e o Irmão voluntariamente mudo, a pequena Olive atravessa a América em busca do título que sempre desejou de Little Miss Sunshine.

O filme claro, não seria o mesmo se não o tivesse a acompanhar a excelente banda sonora orientada pelo compositor canadiano Mychael Danna e interpretada na sua maioria pelos DeVotchKa. Banda originária de Denver, Colorado os DeVotchKa são 4 multi-instrumentistas que misturam música de ascendência romena, grega e eslava com estilos tão diversos como o Folk, Bolero e Mariachi. Vale bem a pena escutar com atenção os cinco trabalhos de originais editados até ao momento e desfrutar da introspecção induzida por sonoridades algo próximas de um Yann Tiersen!




Como é óbvio, não vou ficar a pé até de madrugada à espera do veredicto final, mas amanhã quando acordar, das primeiras coisas que irei fazer é ligar o portátil e sintonizá-lo na página oficial do evento na esperança de ter uma boa surpresa semelhante aquela que tive em 26 de Março de 2000 quando o filme “Beleza Americana” chutou para canto toda a concorrência!








Site Oficial do Filme

Site Oficial da OST

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Frida Hyvönen "Frida Hyvönen Gives You: Music From The Dance Performance Pudel" (2007)

Apresento hoje a europeia Frida Hyvönen nascida em 1977 na Suécia. Som caracterizado por uma voz feminina que tão depressa voa dos graves aos agudos acompanhados por um piano que se faz sentir em líricas que flutuam entre o fugaz humor e a mais íntima sexualidade descrita por um momento que deambula entre voz e dedos que bem plagiam sensações num emotivo teclado. Músicas de efémeros momentos repletos de sentimentalismos com sabor a enumera vontade de mais, muito mais… “Until Death Comes” já tinha sido uma muito boa surpresa, desta vez "Frida Hyvönen Gives You: Music From The Dance Performance Pudel" é o início de uma série de projectos em que Frida expressa tudo o que entende: música instrumental, líricas ou até "a new, very foul language" como a própria rotula. As músicas deste álbum foram inicialmente escritas para o bailado Pudel dirigido por Dorte Olsen, em Setembro Frida decidiu gravar o álbum com uma pequena orquestra o resultado foi lançado dia 24 de Janeiro 2007 pela Licking Fingers uma harmoniosa voz numa conjugação artística e sinfónica brilhante.

Frida Hyvönen "the modern"


Frida Hyvönen "once i was a serene teenage child"


www.fridahyvonen.com

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

PZ Pimenta - Anticorpos (2005)









"O tempo acelera o amontoamento de máquinas.

As hordas cyborguianas multiplicam-se a tempo inteiro.
Deêm-nos mais plasma, mais titânio, mais nada até ficarmos polysaturados.
Para quando a substituição do suco gástrico pelo ácido corrosivo?
E quando é que chegam as armaduras luminosas?
Haverão anticorpos que cheguem para tudo?" by PZ

"Disco de autor desfragmentado, despersonalizado, cortado aos bocados entre as perdas de memória. É um conjunto de cenas que compõem um filme, uma máquina que produz uma cronologia delineada por flash-backs e flash-forwards. Foi montado num quarto de brinquedos versão 9.0.6 entre 2002 e 2004. Nos anos 80 o quarto era populado por criaturas que iam saltando de filmes de ficção-cientifica para o imaginário plastificado, hoje em dia é um monte de fios que formam uma rede maquinal montada à volta de propósitos musicais. Dantes fazia-se de conta, hoje fazem-se contas à vida." by PZ

E pronto! Confesso que não sei muito mais sobre este rapaz portuense de escrita mordaz e música oblíqua. Há uns meses atrás ia eu na minha viatura com a habitual Rádio Universitária do Minho (RUM) sintonizada quando começa a passar na rubrica Português Suave este PZ Pimenta. Fiquei atónito! Som completamente novo para mim, alicerçado em fragmentos electrónicos e uma forma de cantar dissonante e arrastada, PZ transporta-nos para uma casa de alterne vazia de gente e cheia de fumo! Música semelhante a esta? Não existe. Só mesmo o próximo trabalho de PZ Pimenta!





www.meiofumado.org
www.myspace.com/pzpimenta

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Hoje pela primeira vez em Portugal @ Nine Inch Nails @


Hoje é um dia importante para mim e para a história da música em Portugal. Apesar de bastante tardio, ao fim de tantos anos Trent Reznor lá veio... É hoje o primeiro de 3 dias consecutivos de concertos no Coliseu de Lisboa de uma tournée europeia que terá início em Portugal.
Se ele imaginasse o significado que teria para a geração do “broken” e do “the downward spiral” ter estado presente num concerto dele na altura… bem nem quero pensar… o histerismo que teria sido, os dias antes sem dormir, o espírito cansado de tanto sonhar e nos dias após sem saliva de tanto falar dele… enfim, teria sido grande cena!!!
Eu como fã incondicional de industrial e tendo sido Trent Reznor dependente durante a adolescência e sendo ele uma das maiores referencias em música para mim não poderia deixar passar este momento despercebido.

Michael Trent Reznor, americano nascido no estado da Pensilvânia, desde cedo se dedicou à música. Aos 5 já tocava piano, anos depois saxofone e tuba e pertenceu a grupos de jazz. Na escola foi eleito o melhor actor dramático em peças de teatro, o que não admira dada a sua capacidade de isolamento, anti-social, uma mente que fervilhava pensamentos num mundo próprio. Olhando para o trabalho de Trent Reznor vê-se nas suas letras o turbilhão de ideias que fabricava, o engenho que tem para compor, a firmeza que tem para liderar as várias equipas de músicos que já trabalharam com ele, o efeito que este informático introduziu no mundo da música e até mesmo na informática produzindo bandas sonoras para os jogos Quake, Tomb Raider (jogo/filme) e era pra ter sido também para o Doom 3 mas parece que não ouve um acordo financeiro. Já antevia eu esta boa conjugação pois na altura tentava jogar Doom 1 e Wolfenstein ao som dos NIN ou qualquer outra banda industrial mas sempre fiquei enjoada a jogar jogos 3D, preferia mais um Indiana Jones and the Fate of Atlantis, sempre gostei muito dos jogos da Lucas Arts:) Mas não dispersando uma vez que o assunto Trent Reznor pra mim daria pra páginas e páginas da minha vida…

Também o mundo do cinema não ficou impune à sua genialidade produziu trabalhos para as bandas sonoras de filmes que marcaram a minha geração. Em “The Crow” depois de ter ido ver o filme três vezes ao cinema, filme que eternizou Brandon Lee em que se faziam os vários repeats já depois em VHS da cena do tiroteio pra ver qual a bala que o tinha morto e que sabor tinha a cover “dead souls” de Joy Division produzida pelos NIN para esse filme, também “burn” e “something i can never have” no filme “Natural Born Killers” de Oliver Stone e mais tarde “the perfect drug” em “Lost Highway” de David Lynch, neste ultimo para além desta música diria até que tem outra, “apple of sodom” sim porque Marilyn Manson foi fruto da produção e genialidade de Trent Reznor, logo tudo o que eles fazem a ele o devem.


Quanto aos álbuns não vou entrar muito na sua descrição nem das músicas porque isso iria obrigar-me a pormenores tipo o minuto na música tal em que entra a voz e “aquele” som, etc. e acho que este post já está a ficar demasiado longo…
Os álbuns já por si são muito bons mas as remisturas não se ficam nada atrás! Sempre colei no album de remisturas “further down the spiral” e talvez tenha sido o álbum que ouvi mais vezes até hoje e se não foi…bem… anda lá perto…

O que esperar de Trent Reznor num concerto ao vivo;)




Já está previsto um novo trabalho para o dia 17 de Abril deste ano intitulado “Year Zero” e para já para entreter os fãs vão lançar um DVD da promoção ao vivo do álbum “with teeth” que foi gravado durante o ano passado no próximo dia 27 de Fevereiro.

Ultimamente não tenho sido muito obsessiva com os trabalhos de Trent Reznor principalmente desde o “the fragile” mas vou sempre espreitar volta e meia o que ele anda a fazer e ouço os novos trabalhos mas já com mais medida. A última coisa que ouvi foi resultado deste verão passado e achei super interessante foi principalmente por ter sido na companhia de Peter Murphy que também na adolescência teve um significado especial para mim, principalmente na fase Bauhaus. Neste verão decidiram juntar-se e fazer uma pequena tour com sets de 3/4 músicas para um pequeno grupo de pessoas que ganharam um concurso numa rádio nos States. Os dois deram 4 espectáculos num deles acompanhados por Tv On The Rádio no qual tinham um set de três músicas. Vejam os vídeos dessas músicas e deliciem-se como eu ainda mais se estivesse naquela pequena plateia…;)

“dreams” TV On the Radio



“final solution” Pere Ubu



“bela lugosi’s dead” Bauhaus

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

...pouca terra, muita música...


Por razões académicas, durante estes últimos dez anos tive por várias vezes a necessidade de fazer as viagens de comboio entre Braga-Porto-Lisboa-Setúbal. Numa rápida retrospectiva, dou-me conta que acompanhei diversos processos evolutivos no nosso país que de outra forma seria impossível: assisti ao nascimento e crescimento da Expo98 e Gare do Oriente, às grandes renovações das Estações de Aveiro e Campanhã, às longas obras de modernização da linha do norte ou ainda à perda de protagonismo dos comboios Inter-Cidades em prol dos Alfa-Pendulares.
Ao longo destes anos, a portabilidade da música também sofreu uma transformação profunda que mal ou bem eu fui acompanhando. Ainda me lembro quando em 96 fazia estas viagens agarrado ao meu Walkman da Sony e um saco do Jumbo cheio de cassetes gravadas, depois durante muito tempo foi o discman e uma bolsa da Case Logic que dava para 24 CD's, e nos últimos 3 anos e meio não me meto no comboio sem a minha Creative Jukebox Zen Xtra de 30Gb (o fenómeno ipod passou-me completamente ao lado). O bichinho tem tudo o que sempre desejei, além de não ser da Apple, tem óptimo som, é de fácil utilização e a excelente capacidade de armazenamento permite-me ter para lá música que nunca mais acaba!

Quero com isto dizer que recentemente fiz pela enésima vez o trajecto Campanhã-Oriente e mais uma vez fui com os phones postos a totalidade do tempo de percurso. Para se ter uma ideia, 3h30 dá para ouvir em média 5 álbuns completos, e como o corpo e a mente estavam algo cansados, as escolhas desta vez recaíram sobre sons não muito agressivos e não muito recentes, próprios para um passeio pacato de comboio pelo nosso país! Assim sendo, por ordem de audição, esta viagem teve a seguinte banda sonora:


Tindersticks “Waiting For The Moon” (2003) :: Depois do Simple Pleasure houve uma espécie de hiato criativo só quebrado por este maravilhoso trabalho mais próximo das sonoridades do início de carreira. O violino torna a tomar o protagonismo devido, e aqui foi encontrado um excelente contraponto a Stuart Staples que é a extraordinária voz do violinista Dickon Hinchliffe. Espero que depois de terem acertado no caminho a seguir o continuem, vamos lá ver como é que sai o próximo trabalho lá para meados deste ano.



Télépopmusik “Angel Milk” (2005) :: Apesar de o ter na minha Jukebox desde que saiu, nunca o tinha ouvido como deve ser. Não é tão bom como o “Genetic World” (sempre gostei imenso deste álbum e da forma como me fez ouvir e gostar de hip-hop) mas mantém as sonoridades características do trio. Arranjos orquestrais a fazer lembrar os salões de dança dos anos 30 e ao mesmo tempo as aventuras musicais de David Lynch e Angelo Badalamenti.



Roxy Music “Stranded” (1973) :: Quando falo sobre musica com pessoas mais velhas (tipo os amigos dos meus pais) vejo que a maior parte tem como grandes referências musicais uns Pink Floyd ou uns Supertramp, um Bob Dylan ou Bruce Springsteen e por aí adiante. São cenas porreiras mas que nunca me chamaram devidamente, se tivesse a idade deles teria como grandes referências uns Velvet Underground, um David Bowie ou Scott Walker, ou então uns Roxy Music. Estes gajos eram formidáveis, ouvindo-os 30 anos depois percebe-se o porquê da grandiosidade da obra, é intemporal!



Morrissey “Vauxhall and I” (1994) :: Para mim é O ÁLBUM do homem a solo, melhor até que muitos dos trabalhos da era Smiths. Grandes músicas, soberbamente construídas e interpretadas, musicas que se lhes dermos espaço invadem a atmosfera sem licença. Isto é coisa para ouvir a alto e bom som depois de um dia de trabalho. Espero que a senhora sentada ao meu lado no comboio não tenha ficado incomodada com o meu entusiasmo aquando da sua audição!



Radiohead “Amnesiac” (2001) :: Nunca achei o “OK Computer” o álbum fenomenal apregoado por meio mundo e mais a outra metade, talvez porque para mim a verdadeira revolução tivesse sido dada um ano antes com o “In a Bar Under The Sea” dos dEUS. Diga-se também que tirando o tema “Creep” os Radiohead nunca me tinham passado regularmente pelos ouvidos até sair o “Amnesiac”. Este sim é um álbum a ter e a recordar durante os próximos 20 anos. Não é imediato, cheio de pormenores sonoros e melódicos só descobertos a partir de algumas audições, mas é por isso mesmo que encanta. Soube muito bem entrar em Lisboa ao som de “Like Spinning Plates”.



domingo, 4 de fevereiro de 2007

magenta skycode "IIIII" (2006)


Desde há uns dias que tenho andado numa ansia terrivel para tentar arranjar este album. É dificilimo encontra-lo no emule, tive de o sacar música a música e ainda não está completo. No entanto encontrei no youtube o video do single (presumo eu) que se chama people. É mesmo uma pena que esta banda nao seja mais divulgada e é por estas e outras que cá estamos ... Ora bem, os magenta skycode são Finlandeses e têm como líder do projecto o senhor Jori Sjöroos (conhecido também como Fu-Tourist). Foi ja há cerca de 7 anos que tive conhecimento, através dos This Empty Flow, das excelentes composições músicais que este senhor giza. Magenta skycode é também o nome do albúm de estreia dos This Empty Flow em 1996, que aconselho vivamente já que o considero um albúm de culto. A sonoridade anda em torno do electro, rock, indie, post punk.... enfim, tudo misturado dá origem a um som intemporal, com melodias épicas onde as guitarras com delays e o orgão partilham da mesma importância que a voz. Deixo aqui algumas descrições/citações:

If you like The Cure, Joy Division, Pink Floyd or
Arcade Fire please check out Magenta Skycode.

"Magenta Skycode are bringing nothing radical or new, but
their catchy pop songs with well utilized synths, vocals, guitars,
and percussion, are one of the catchiest and freshest sounds to emerge
this year. Their new album is strongly recommended."
(Obscure Sound)

"When 1980s music is combined with modern electro beats and new age
sounds, the result is both refreshing and soothing, flowing smoothly in
the background like a feng shui style fountain. It is impossible to find
any flaws in this album; you just have to enjoy it... has Jori Sjöroos
stolen David Sylvians soul?" 5/5
(HELSINGIN SANOMAT/Nyt-liite 5.5.06)

"Allow IIIII to soundtrack startling, bright Sunday mornings and
quiet moments of tenderness, and it could become a suprise favourite"
(Gen Williams, Drowned In Sound 27.3.2006)

Ouçam o albúm todo porque as músicas variam bastante... mas são todas muito cativantes e, acima de tudo, bem construidas sem muitas invenções.

Bem, falei no video do youtube e de ontem para hoje foi retirado devido a leis de direitos de autor. Fica aqui o site da banda para irem explorar http://www.magentaskycode.com/ podem aceder ao video e a 2 musicas incompletas. Deve andar para ai uma conspiração para não tornar estes tipos conhecidos.




people

hands burn

i know you're sleeping with your dolls

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

The Long Blondes - Someone to Drive You Home (2006)


Possivelmente hoje não trago grandes novidades "novas" ao falar neles, mas o que é facto, é que ultimamente os Long Blondes acompanham-me para quase todo o sítio! Isto é, além das habituais audições a partir do computador lá de casa ou do portátil, dei-me ao trabalho de os converter para .ogg e assim poder ouvi-los nas minhas deslocações a pé, de comboio ou autocarro e pasme-se, ritual que caiu em desuso para mim, gravei um cd-r para até na minha viatura não me faltarem!

The Long Blondes são um quinteto bem catita (3 moças e 2 rapazes) de Sheffield, UK que se entretêm a reavivar algumas correntes passadas tais como o Pós-Punk, New-Wave ou Disco Sound envolvendo isto em ambiências e estéticas cinematográficas como eles tanto gostam. Da mesma terrinha dos saudosos Pulp, não é por acaso que este primeira longa duração é produzido e apadrinhado por Steve Mackey, senhor que ultimamente me tem surpreendido pelo apurado sentido "retro" que imprime naquilo que tem feito (veja-se a colectânea reunida com o compadre Jarvis Cocker em The Trip). Em "Someone To Drive You Home" os Long Blonds fazem um pouco a revisão da matéria adquirida durante estes últimos dois anos de espectáculos e edição de um punhado de singles.
Finalizava dizendo que me fazem lembrar os Blondie (e não é só pelo nome!) com os Libertines e Kills debaixo dos lençóis! (Nota: A comparação também poderia ser feita com os Strokes, mas como os cinco de Nova York nunca me entusiasmaram particularmente, não entram aqui para a analogia!).









www.myspace.com/thelongblondes (My Space, músicas fixes!)
www.thelongblondes.co.uk (Site Oficial)

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Aoki Takamasa & Tujiko Noriko

Mais uma brisa vinda do oriente. Eu gosto de ouvir dialectos consoante o estilo de música, independentemente de perceber o idioma ou não. O que não significa que desvalorize as letras pois algumas até se tornam mais importantes que o próprio som que a banda produz. Para mim é mais importante a melodia que a voz emite do que propriamente a mensagem. Por exemplo gosto de ouvir songwriters em inglês (british ou americano), bossa-nova em português (brasil), música tradicional em português (pt ou mirandês), industrial em alemão, vozes femininas em francês e música electrónica/experimental em inglês e japonês. Como para mim prevalece sempre o som, ouço a voz como se fosse uma guitarra, um violino, um glitch produzido por um pc, o som de uma harpa, trompete ou piano, não tenho qualquer dificuldade em dar primazia a bandas em línguas que não faço a mínima o que estão a dizer. Tudo isto para dizer que hoje deixo aqui mais uma referência à música japonesa;) Aoki Takamasa & Tujiko Noriko. Inicialmente pensei em fazer este post só referido a Tujiko mas é impossível separá-la de Aoki depois de ouvir o trabalho que fizeram durante 3 anos “28”, nome do álbum escolhido porque na altura ambos tinham 28 anos. Gostava que voltassem a trabalhar juntos num novo projecto, espero é que desta vez não estejam durante 3 anos a trocar CDRs de ficheiros audio, acho que Aoki se devia mudar pra Paris pro pé da Tujiko:) Ambos têm carreiras brilhantes a solo. Tujiko vai lançar mais um álbum “Solo” agora em Fevereiro e Aoki acabou de lançar “Parabolica”.

Tujiko Noriko - Hard Ni Sasete “Fly” (2001)


Tenho pena que o próximo vídeo (remix da música anterior) não esteja completo porque é uma das minhas músicas preferidas do álbum “28” de qualquer das formas aqui fica para dar uma ideia;)

Aoki Takamasa & Tujiko Noriko – 28 “Fly2” (2005)


Aoki Takamasa - Silicom “Kes” (2001)

sábado, 27 de janeiro de 2007

Are You Ready For A Duel? (Act II)

Escrevi algures que não vou muito à bola com a atitude punk. A afirmação não é totalmente verdadeira e deixo aqui dois bons exemplos que a contrariam:

The Legendary Shack Shakers "Ichabod"

VS

Gogol Bordello "60 revolutions"



The Legendary Shack Shakers

Origem: Nashville, Tennessee em 1998
Género: Punk-Rock, Rockabilly, Blues, Polka
Sinopse: Bizarria, é o que se pode dizer desta gente. Colonel J.D. Wilkes (composição, voz e harmónica) é a arma de destruição massiva que conduz esta orquestra!
http://www.cockadoodledont.com (com algumas músicas em mp3)

Gogol Bordello
Origem: New York City, New York em 1999
Género: Punk-Rock, Gypsy, Cabaret
Sinopse: Foram descritos como: Clash e Pogues a digladiarem-se na Europa do leste. Não é difícil perceber que são emigrantes daquela zona do globo!
http://www.gogolbordello.com (idem idem aspas aspas)